sexta-feira, 8 de abril de 2011

O que é, o que é? (by Lucas Lujan)

Tem gente que acredita que a vida é uma prova e que Deus é o professor. Ele está sentando na cadeira, esperando o sinal tocar para recebê-la. Com a prova em mãos, Ele pode avaliá-la e decidir se você está aprovado ou reprovado, por toda a eternidade.

 

Tem gente que acredita que a vida é uma prova já realizada por Deus, antes mesmo de você chegar à escola. Para alguns poucos, Ele tirou 10. Para os outros, tirou 0. Na verdade, tudo o que você estudou, ou não, para ir bem no teste, é indiferente. O resultado já estava dado de antemão por Deus, o professor, que se disfarçou de você para escolher as respostas.

 

Tem gente que acredita que a vida é uma prova, e que você chegou atrasado para realizá-la. Agora precisa ser pago um alto preço para fazer a prova substitutiva. Mas esse preço só o filho do diretor pode pagar, porque é caro demais. Então o diretor autoriza o filho a pagar o preço da prova substitutiva para você poder realizá-la. Você não acredita na bondade do diretor, que lhe diz que basta que você creia nela, e levante a mão para confessar e ser aprovado automaticamente.

 

Tem gente que acredita que a vida é uma prova e que Deus é do PSDB, partidário da política educacional de aprovação automática. Assim, tanto faz quanto você tirou na prova, pois desde que vá à escola, será aprovado de qualquer forma.

 

Tem gente que acredita que a vida é uma prova eterna e cíclica, e que as respostas erradas deverão ser pagas, bem como as certas serão recompensadas, na próxima vida. Para esses, Deus é a lei da física que enuncia: "Para toda ação existe uma reação de força equivalente em sentido contrário".

 

Tem gente que tira a vida da categoria de prova e Deus da categoria de professor e examinador. Acreditam que a vida é um presente dado por Deus, que é um pai amoroso, justo e bom. Ela não está sob julgamento ou avaliação porque é gratuita, afinal, é um presente. Que por sua vez não está aguardando recompensa, afinal foi dado por alguém amoroso, e todo amor é voluntário. Assim, concluem que ela nada mais é que uma conspiração gratuita e voluntária do Doador para o desfruto do amor, da justiça e da bondade, que preludiam a experiência da eternidade.

 

Eu? Ah! Eu fico com a pureza da resposta das crianças: é a vida, é bonita e é bonita.  

 

Lucas Lujan

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